SmartDry na descontaminação de resíduos  radioativos em Portugal

SmartDry na descontaminação de resíduos  radioativos em Portugal

Sabia que a presença de resíduos radioativos provenientes da mineração é um dos maiores desafios ambientais, sociais e de governança (ESG)? A SmartDry, projeto incubado na The Venture Builder, explica-lhe um pouco mais sobre os resíduos radioativos e como combate este problema.

A existência de resíduos radioativos não pode ser ignorada devido à sua durabilidade (meia-vida dos isótopos), níveis de radioatividade, lixiviação dos elementos, e aos riscos de contaminação de aquíferos, rios, ribeiros e barragens. Estes resíduos podem entrar na cadeia alimentar, onde, a cada nível que sobem, a sua concentração nos tecidos aumenta, assim como os seus perigos.

Em Portugal, existem vários locais onde se encontram este tipo de resíduos radioativos originários da mineração de urânio, realizada no século XX. Destacam-se:

  1. Mina da Urgeiriça (Canas de Senhorim, Nelas);
  2. Mina de Quinta do Bispo (Mangualde); e
  3. Mina da Barragem Velha (Viseu).

Todos estes locais contêm grandes quantidades de rejeitos radioativos da mineração de urânio. Os principais isótopos radioativos presentes nos rejeitos destas minas incluem:

  • Urânio (U-238 e U-235)
  • Rádio (Ra-226)
  • Radão (Rn-222)
  • Tório (Th-230)
  • Chumbo (Pb-210)
  • Polónio (Po-210)

Riscos Associados

Estes isótopos são perigosos principalmente devido à emissão de radiação alfa, que, embora não penetre profundamente na pele, pode causar graves danos se for inalada ou ingerida. Além disso, a contaminação das águas subterrâneas por estes isótopos representa um risco ambiental significativo.

Embora estas minas tenham passado por atividades de reabilitação, ainda é necessária uma monitorização contínua para garantir a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental dessas áreas. O monitoramento é vital, mas não suficiente. É necessário remover todos os isótopos radioativos dos rejeitos para assegurar a segurança presente e futura.

A questão é: como realizar esta descontaminação sem exigir elevados recursos ao Governo?

A Solução SmartDry 

A SmartDry usa uma nova tecnologia de lixiviação invertida que pode remover todos os isótopos radioativos e outros metais lixiviáveis presentes nos rejeitos. Os isótopos, devidamente separados através de processos hidrometalúrgicos, poderiam ser direcionados para a indústria nuclear e medicina nuclear. Outros óxidos metálicos extraídos seriam transformados em metais puros e vendidos, gerando uma receita adicional que ajudaria a reduzir os custos da descontaminação.

O diferencial da tecnologia de lixiviação invertida, da SmartDry, reside no uso de menores quantidades de lixiviante (litros de solução química por quilograma de material) e na capacidade de realizar uma série de operações numa única carga do equipamento, incluindo:

  • Extração única (com um único lixiviante) ou sequencial (quando diferentes metais requerem diferentes soluções químicas);
  • Lavagem para remoção do lixiviante residual;
  • Descontaminação do material (caso o processo de extração gere novos contaminantes, como sulfetos);
  • Neutralização do pH, para que o material possa ser utilizado no encerramento da mina.

No final do processo de lixiviação invertida, o material sólido restante sai seco e empilhável, podendo ser compactado diretamente, garantindo um menor impacto e uma maior segurança na disposição final.Saiba mais sobre este projeto em: https://smartdry.ca/

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