Como fazer comércio internacional?

Como fazer comércio internacional?

“O mercado internacional pode ser mais rentável, paga melhor pelos produtos com valor acrescentado e oferece muitas mais opções de crescimento porque não se depende de poucos clientes”. Flavia Santoro, diretora da Procolombia.

Num mundo cada vez mais globalizado, a expansão para mercados internacionais tornou-se uma estratégia vital para empresas de todos os tamanhos na América Latina. A abertura para novos horizontes não só proporciona às empresas uma maior competitividade, como também melhores margens e uma diversificação do risco de mercado. Rodrigo Patiño, gerente da Associação Nacional de Comércio Exterior (Analdex) em Antioquia, Colômbia, sublinha que a internacionalização deve ser vista como um intercâmbio de produtos e uma busca de novas oportunidades para o desenvolvimento dos sectores.

Atualmente, as empresas latino-americanas estão a fortalecer os seus laços comerciais com cerca de 90 países em todo o mundo. Entre os principais parceiros comerciais encontram-se os Estados Unidos, a União Europeia e a China. É essencial que as empresas, tanto grandes como PME, em toda a região, implementem estratégias sólidas para se aventurarem nestes mercados globais e aproveitarem ao máximo as oportunidades que estes oferecem.

O comércio internacional na América Latina oferece oportunidades significativas para o crescimento económico e a expansão das empresas na região. No entanto, também enfrenta uma série de desafios que podem dificultar o seu desenvolvimento. Desde barreiras comerciais até à volatilidade das taxas de câmbio e à complexidade dos trâmites aduaneiros, as empresas na América Latina enfrentam uma série de obstáculos ao tentar expandir-se nos mercados internacionais. Neste contexto, é fundamental compreender e abordar estes desafios para aproveitar ao máximo as oportunidades comerciais globais e promover o desenvolvimento económico na região.

A seguir, listamos algumas barreiras:

  1. Barreiras comerciais: As tarifas e as restrições não tarifárias dificultam o acesso dos produtos latino-americanos aos mercados internacionais.
  2. Volatilidade das taxas de câmbio: As flutuações nas taxas de câmbio podem afetar a competitividade das empresas latino-americanas nos mercados globais.
  3. Complexidade dos trâmites aduaneiros: Os trâmites aduaneiros complicados aumentam os custos e os tempos de entrega dos produtos exportados e importados.
  4. Falta de informação sobre os mercados estrangeiros: A escassez de informação dificulta às empresas latino-americanas identificar oportunidades comerciais e estabelecer relações comerciais bem-sucedidas no estrangeiro.
  5. Infraestrutura deficiente: A falta de infraestrutura adequada limita a capacidade das empresas de aceder aos mercados internacionais e competir em igualdade de condições com os seus pares estrangeiros.

Como desenhar a estratégia para a expansão internacional Uma estratégia de internacionalização deve incorporar as considerações que justificam a entrada num determinado mercado, bem como as ações para concretizar esse objetivo e aproveitar as vantagens ou benefícios desta incursão. Para elaborá-la:

  • Identifica o mercado-alvo e valida se o que ofereces tem potencial: De acordo com Santoro, deves estudar bem o país de destino, conhecer os requisitos de entrada, os canais de comercialização e distribuição, inclusive, visitá-lo e identificar produtos similares, as embalagens, a rotulagem e as tendências de consumo.
  • Mostra o valor que tem a tua oferta: Planeia um cronograma de visitas a feiras internacionais com o teu portefólio de produtos ou serviços. As exportações não devem responder a conjunturas transitórias, mas sim obedecer a um plano estratégico para o crescimento e a expansão empresarial.
  • Conhece as regras do mercado de destino: A chefe de Desenvolvimento da Câmara de Comércio de Medellín, Colômbia para Antioquia, Sabrina Bojanini, indica que é muito importante ter em conta as condições tarifárias e não-tarifárias que se impõem nos mercados de destino. Revisar se há Tratados de Livre Comércio (TLC) ou algum acordo comercial é essencial para estabelecer os custos do produto, bem ou serviço que queres transacionar. Assim mesmo, no caso das manufacturas é fundamental contar com um certificado de origem e conhecer estas normas para que os empresários possam aceder aos seus benefícios. Então, aqui o tema vira-se para fazer uma boa inteligência de mercado, analisar tanto variáveis políticas como económicas, culturais e sociais”, salienta Bojanini.
  • Define um líder que fale o mesmo idioma do mercado-alvo: Determina uma área ou uma pessoa encarregada de liderar a estratégia de internacionalização, que tenha um perfeito domínio do idioma que predomina no país de destino. “Muitas vezes, os nossos empresários querem entrar no mercado internacional e a pessoa que gere o comércio externo não domina o idioma. A informação do seu site e os seus materiais de marketing só estão em espanhol”, adverte a funcionária da Câmara de Comércio sobre a importância de dominar o idioma do mercado-alvo, um dos elementos-chave para estabelecer uma negociação com potenciais clientes internacionais.

Que tipo de estratégias se poderiam implementar para a internacionalização da tua Startup ou Empresa?

Soft Landing: Descrição: Soft Landing refere-se às estratégias comerciais necessárias para que uma empresa se implante num país estrangeiro, proporcionando um “softlanding” através de possíveis ajudas e apoio local.

  • Vantagens: Redução de riscos económicos e culturais, acesso a informação e recursos locais, integração mais suave no mercado estrangeiro.
  • Riscos: Dependência da qualidade e confiabilidade do apoio local, possíveis desafios para se adaptar às condições do novo mercado.

Exportação Direta e Indireta: Descrição: A exportação direta implica vender produtos diretamente a clientes estrangeiros, enquanto que a exportação indireta se realiza através de intermediários como agentes de exportação ou distribuidores.

  • Vantagens: Maior controlo sobre a comercialização e o processo de venda, acesso direto aos clientes estrangeiros.
  • Riscos: Custos de entrada no mercado, complexidades logísticas e de distribuição no estrangeiro.

Alianças Estratégicas: Descrição: As empresas podem formar alianças estratégicas com parceiros locais em mercados estrangeiros para aceder à sua rede de distribuição, conhecimentos do mercado e recursos.

  • Vantagens: Acesso rápido ao mercado local, redução de custos e riscos, partilha de conhecimentos e recursos.
  • Riscos: Possíveis conflitos com o parceiro local, perda de controlo sobre certas operações comerciais.

Joint Ventures: Descrição: Uma joint venture implica a criação de uma nova empresa em colaboração com uma empresa local no estrangeiro, permitindo a partilha de riscos e recursos.

  • Vantagens: Acesso aos recursos e conhecimentos locais, repartição de riscos e custos.
  • Riscos: Diferenças culturais e de gestão, possíveis conflitos entre sócios.

Franquias: Descrição: As franquias permitem às empresas expandirem-se internacionalmente ao concederem licenças da sua marca e modelo de negócio a franchisados no estrangeiro.

  • Vantagens: Rápida expansão internacional, rendimentos por royalties, menores riscos financeiros.
  • Riscos: Perda de controlo sobre a marca e a imagem, dependência dos franchisados para manter os padrões de qualidade.

Licenças: Descrição: As empresas podem conceder licenças da sua tecnologia, propriedade intelectual ou marca registada a empresas estrangeiras a troco de royalties.

  • Vantagens: Rendimentos passivos por royalties, acesso a novos mercados sem grandes investimentos.
  • Riscos: Perda de controlo sobre a propriedade intelectual, possibilidade de concorrência desleal por parte do licenciado.

Subsidiárias Estrangeiras: Descrição: Estabelecer subsidiárias no estrangeiro permite às empresas operar de forma independente em mercados estrangeiros, adaptando-se às condições locais.

  • Vantagens: Maior controlo sobre as operações, adaptação às preferências e regulamentações locais.
  • Riscos: Altos custos de estabelecimento e operação, possíveis barreiras regulamentares e culturais.

Acordos de Comércio Internacional: Descrição: Os acordos comerciais entre países facilitam o comércio internacional ao reduzir barreiras tarifárias e facilitar a livre circulação de bens e serviços.

  • Vantagens: Acesso preferencial a mercados estrangeiros, redução dos custos de importação e exportação.
  • Riscos: Dependência da estabilidade política e económica dos países signatários, possíveis alterações nas regulamentações comerciais.

O comércio internacional oferece um vasto panorama de oportunidades para as empresas que procuram expandir-se globalmente. Neste contexto, a estratégia de Soft Landing revela-se uma opção altamente acertada e eficiente para facilitar a internacionalização das empresas. Ao proporcionar um “softlanding” em mercados estrangeiros, o Soft Landing ajuda a mitigar os riscos económicos, a acelerar o processo de internacionalização e a aproveitar os conhecimentos e recursos locais. Além disso, ao contar com o apoio de especialistas no mercado de destino, as empresas podem superar barreiras culturais e regulamentares, estabelecendo assim uma base sólida para o sucesso internacional. Em suma, integrar o Soft Landing na estratégia de comércio internacional pode ser a chave para abrir novas portas e alcançar o crescimento desejado no mercado global.

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