Sustentabilidade e Economia Circular

Sustentabilidade e Economia Circular

A economia circular é um conceito estratégico que surge no conjunto de medidas de incentivo à mudança de paradigma económico – de um sistema linear de produção e consumo, assente na erosão do capital natural, para um sistema restaurador e regenerativo, procurando preservar a utilidade e valor dos recursos (materiais, energéticos) pelo máximo tempo possível, salvaguardando os ecossistemas e o capital financeiro das empresas e da sociedade civil.

A transição para uma economia circular assenta no incentivo e desenvolvimento de modelos de negócio, estratégias colaborativas, produtos e serviços centrados no uso eficiente de recursos e novas dinâmicas de inovação. Os benefícios que podem ser alcançados são múltiplos, desde o potencial de redução da dependência do país em termos de importação de matérias-primas até ao contributo direto para objetivos ambientais internacionais (por exemplo, ODS da ONU). Mas, sobretudo, trata-se de melhorar a competitividade da economia portuguesa, gerando iniciativas com forte potencial de exportação e impacto local.

O Plano de Ação para a Economia Circular da Comissão Europeia (Pacote “Economia Circular”), aprovado em dezembro de 2015, contempla cerca de 50 propostas ou intenções de medidas legislativas, distribuídas por cinco áreas principais de atuação: produção, consumo, gestão de resíduos, mercado de matérias-primas secundárias e inovação e investimento. Contempla igualmente cinco setores prioritários de intervenção: os plásticos, os desperdícios alimentares, as matérias-primas críticas, a construção e demolição, a biomassa, as matérias de base biológica e as designadas medidas horizontais em domínios como a inovação e o investimento, que têm por objetivo contribuir para estimular a transição para uma economia circular.

Neste contexto, as autoridades portuguesas assumiram o objetivo político de atingir a neutralidade carbónica em 2050, confirmando o posicionamento de Portugal entre aqueles que assumem a liderança no combate às alterações climáticas. Foi desenvolvido o Roteiro de Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050) que indica o caminho que a economia portuguesa terá de percorrer para atingir esse objetivo. A economia circular está presente de modo transversal no RNC2050, em ligação ao Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC), que foi desenvolvido para o período 2020-2030, e irá ter novas interações de acordo com a evolução já observada neste domínio, como seja no caso dos plásticos de uso único, ou o ecodesign de produtos. Este modelo depende do desenvolvimento de estratégias – tecnológicas, de produto, de serviço, de uso ou consumo – que induzam a reutilização contínua de materiais e recursos no seu potencial produtivo máximo (máximo valor financeiro e utilidade, pelo maior tempo possível), em ciclos devidamente energizados por fontes renováveis.

Acelerar esta transição na Europa até 2030 terá um impacto positivo de 1,8 biliões de euros, de 1 a 3 milhões de empregos e uma redução de 2 a 4% do total anual de emissões de GEE. Em Portugal, implementar esta tipologia de medidas pode conduzir a uma redução de cerca de 30% nas necessidades de matérias-primas, gerando um impacto positivo no VAB estimado em 3,3 mil milhões de euros.

O setor têxtil apresenta-se como um dos mais poluentes, sendo responsável por cerca de 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa. A produção de vestuário e outros materiais têxteis requerem grandes quantidades de água, energia e recursos naturais, e geram uma grande quantidade de resíduos. Cerca de 30% da produção têxtil total é ainda desperdiçada, sobretudo devido à produção defeituosa.

Neste cenário, com a combinação de abordagens sustentáveis e matérias-primas inovadoras, as Tecnologias de Informação e Comunicação apresentam um grande potencial relativamente ao desenvolvimento de soluções que visam melhorar a eficiência energética, reduzir o desperdício e promover a sustentabilidade no setor têxtil.

O setor têxtil é assim um dos setores mais inovadores da economia portuguesa. Foram atribuídos prémios de Inovação no Techtextil, um dos maiores eventos mundiais da indústria têxtil, que ocorre anualmente na Alemanha.

CURIOSIDADE: Sabia que o nadador mais medalhado de sempre nos Jogos Olímpicos – Michael Phelps – utilizava um fato de banho feito e patenteado por uma empresa portuguesa?

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Texto por: Carlos Cortes – CEO da The Venture Builder

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